Há três tipos principais de gravura: em madeira (xilogravura), em metal e em pedra (litogravura).
A xilogravura se divide em dois tipos principais, dependendo do corte da madeira: madeira de topo ou em pé.
A madeira de topo, cortada horizontalmente ao sentido do tronco (sentido contrário aos veios da madeira), é dura e compacta, oferecendo maior resistência ao entalhe. Por esse motivo, permite maior definição do desenho. Foi uma técnica muito usada no século XIX, principalmente pelos gravadores dos desenhos de Gustave Doré, grande ilustrador francês.
Gustave Doré.
Série de ilustrações bíblicas gravadas com a técnica da xilogravura em madeira de topo. Década de 1860, França.
Já a madeira em pé, por ser cortada no sentido dos veios, é mais macia, o que diminui a precisão do desenho. É a mais comum, sendo largamente utilizada. Exemplos de artistas que utilizam a técnica: Dürer e Maria Bonomi.
Albrecht Dürer
Melancolia I, 1514.
Xilogravura.
A gravura em metal, por sua vez, realiza-se, geralmente, sobre placas de cobre. A placa pode ser gravada das seguintes formas:
– ponta seca: por meio de um buril, faz-se incisões na placa.
– água forte: após coberta por uma camada de verniz, o artista desenha sobre a placa, removendo estrategicamente o verniz. Isto feito, banha-se a mesma com ácidos para que a região desenhada (portanto sem verniz) seja corroída pelo ácido, formando sulcos. O tempo de contato com o ácido defini a intensidade do desenho. Outra variação é a água tinta, que se diferencia da água forte por criar zonas tonais acinzentadas, uma vez que além do verniz, utiliza-se o pó de breu (resina extraída de pinheiros) sobre a placa que é posteriormente aquecida, provocando a fusão do breu com a placa. Após o banho de ácido, cria-se um efeito granulado sobre a matriz.
Edgar Degas
Retrato de Mary Cassatt no Louvre, 1879-80.
Gravura em metal (água tinta).
Goya
O sono da razão produz monstros (série Caprichos), 1799.
Gravura em metal (água forte)
Importante observar que ao contrário da xilogravura, na qual as incisões determinam zonas sem tinta e portanto brancas e luminosas, na gravura em metal as incisões estabelecem zonas com tinta, portanto sombreadas e negras.
A litogravura provoca uma revolução no final do século XVIII, sendo muito importante para o desenvolvimento da imprensa moderna no século XIX. Ao contrário da xilogravura e da gravura em metal, a lito não se baseia em incisões para a conformação do desenho. Ela se realiza sobre uma placa de pedra porosa, onde, com o auxílio de um lápis gorduroso, são feitos os desenhos. Após a entintagem, a gordura absorve a tinta, que é limpa nas áreas não desenhadas. A matriz, então, passa a ter duas áreas distintas: a parte sem tinta (branca), que absorve água, e a parte desenhada com substância gordurosa (colorida), que a repele.
Johann Moritz Rugendas
Casa de Negros.
Séc. XIX
Litogravura colorida.
No final do século XIX, a gravura passa a ser assinada e numerada com frações (numerador corresponde à ordem da referida cópia, o denominador, ao número total de cópias feitas), visando ao controle das cópias por parte do artista. Além disso, tal prática garantia a autenticidade das mesmas. Em alguns casos, verificam-se duas assinaturas em uma gravura: no lado esquerdo, a do autor (inventi) e no direito, o gravador (sculp).
Abaixo, alguns links de vídeos no Youtube explicando passo a passo a realização das técnicas acima explicitadas para quem quiser se aprofundar:
Xilogravura
Gravura em metal
Litogravura